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- Érika Bento Gonçalves
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segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Harry Potter e a Alemanha nazista
Em "Harry Potter e as relíquias da morte", o mundo vive uma barbárie muito parecida com a que Adolf Hitler promoveu através de suas idéias racistas e anti-semitas. O extermínio de raças "inferiores" e o conseqüente banho de sangue promovido por Hitler são explicitamente retratados no último livro da série de J. K. Rowling.
A relação que a escritora britânica faz entre o mundo imaginário de Potter e o mundo real em que vivemos é extremamente inteligente ao ponto de nunca poupar o jovem leitor das tristezas que a vida ainda lhe oferecerá. Esta característica notável foi visível desde o primeiro livro da série e fechou a saga do bruxo com extrema maestria. Se para os adultos os fatos em torno da Segunda Guerra Mundial são muito bem conhecidos, a maioria dos leitores de Harry Potter só os sabe através dos livros de História.
Com Harry Potter, porém, o leitor "vive" a História. Envolvido com seus personagens, ele sente cada morte intimamente (e são muitas), revolta-se com elas, fica atônito diante da fragilidade da vida e a facilidade com que os que desejam o poder a elimina. O livro nos faz reconhecer o bem e o mal dentro de cada um de nós; as opções que fazemos em nossas vidas e suas conseqüências; o respeito ao próximo e todos os temas importantes que nortearão a vida de um jovem leitor.
O final, apesar de fantasioso, também não é totalmente fictício. Cheio de simbolismos, a vida se mostra capaz de operar milagres. Embora existam pessoas que, nem por milagres, suas almas podem ser convertidas. Não há nada de ilusório nisso.
Em uma época em que a intolerância racial, religiosa e política ainda mata milhões de pessoas todos os anos, pelo mundo, o tema não poderia ser melhor. Principalmente - reforço - para um público cujos valores estão começando a se moldar. Coincidentemente, neste domingo (25/11), dia em que acabo de ler o último livro da série de Rowling, o jornal The New York Times divulgou a relação dos 50 melhores livros de ficção e os de não-ficção de 2007. "Harry Potter e as relíquias da morte" está em 17o lugar na categoria ficção.
A saga de Harry Potter, um dia, ainda será considerada um dos melhores retratos da vida, dos homens e de suas escolhas, algo muito semelhante com as mensagens do eletrizante Matrix. Assim espero.
Oscar 2008
Ninguém melhor do que o diretor Martin Scorsese (foto) para entregar a estatueta aos irmãos Coen. Apesar de tantas obras-primas, Scorsese só recebeu o primeiro Oscar no ano passado, com "Os Infiltrados". O filme rendeu quatro prêmios, assim como "Onde os fracos não têm vez", de Joel e Ethan Coen.
Confira aqui os filmes premiados de 2008.
(foto: AP)
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