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Uma pessoa feliz. Jornalista e escritora apaixonada. Mãe, dona-de-casa, curiosa, amiga e sempre uma aprendiz. Muito prazer!

Doidos por cinema

quarta-feira, novembro 28, 2007

"Cleópatra": ame-o ou deixe-o

Assim como a própria rainha do Egito (que na realidade era Grega), o filme "Cleópatra" foi adorado por uns, odiado por outros, na 64ª edicação do Festival de Brasília. O que não deixa de ser uma feliz coincidência. Tudo isso é a cara da Cleópatra. Prostituta, aproveitadora, para uns. Estrategista, inteligente, dinânica, humana, guerreira, para outros.
Sábado (24/11) o público vaiou o filme "Cleópatra", durante a apresentação do filme no festival. Embora fosse o favorito, a maioria não gostou. Muitos saíram do cinema antes do final. Outros, esperaram até o fim só para externar o descontentamento.

Mas a crítica adorou! "Cleópatra" foi o grande vencedor do festival, com seis Candangos:

1- melhor filme

2- melor atriz: Alessandra Negrini (Cleópatra)

3- melhor fotografia: Walter Carvalho

4- melhor direção de arte: Moa Batsow

5- melhor trilha sonora: Guilherme Vaz

6- melhor som: Leonardo Lima
Bem que Júlio Bressane disse que o público não entende nada de cinema. Bom, não foi exatamente com estas palavras, mas, quando ele disse que o Brasil não está acostumado com filme de sensibilidade, filme artístico, quer dizer que....

Bressane é figurinha carimbada nos festivais de Brasília. Adorado por uns, odiado por outros, pode ter tido uma ajudazinha aqui, outra ali. Bressane tem um estilo único de captar a beleza e a sensibilidade (isso é veradade), por isso, antes de dizer que foi justa ou injusta a consagração de "Cleópatra", vou apreciá-lo com meus próprios olhos.
Por enquanto só dá para dizer que, no fundo, isso tudo era esperado. Afinal de contas, Bressane (assim como Cleópatra, rainha e filme) também é do tipo "ame-o ou deixe-o". Ele tinha que imprimir a sua marca.
Que os deuses me ajudem!!! Quem me conhece sabe o quanto este assunto me interessa... ah, você não sabe? Leia aqui e aqui.


Até mais!

domingo, novembro 25, 2007

Brasília vaia "Cleópatra" de Bressane

O filme "Cleópatra", do cineasta brasileiro, Júlio Bressane, estreou neste sábado (24/11), na 40a edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e não agradou. A maioria esperou até o final só para vaiar o filme. Outros não aguentaram esperar até o final e deixaram a sala de cinema antes mesmo de chegar à metade do filme.

Ai, ai, ai... eu já tinha medo só de pensar em ver a minha Rainha Cleópatra sob a ótica de Bressane: lírica, porém não romântica, profunda, poética. Para mim, Cleópatra (a quem homenageei dando o nome de Cléo à minha filha) foi e é muito além disso.

Apaixonada, sim. Guerreira, inteligente, perspicaz, ousada. Analisar esta personalidade tão fabulosa por apenas uma ótica é um projeto arriscado. E Bressane (foto) sabia disso. Há relatos de que o cineasta estudou a rainha do Egito por 15 anos. Espero que isso tenha lhe dado subsídios suficientes para retratá-la.

Durante a 64a Edição do Festival de Cinema de Veneza, a apresentação de "Cleópatra", em setembro de 2006, foi extremamente elogiada pelo público e pela crítica. Para Bressan, o Brasil não tem filmes de sensibilidade e imagens artísticas, talvez seja esta a explicação à reação tão repulsiva ao filme.

Intolerável, cansativo e perturbador foram apenas alguns dos "elogios" feitos pelo público de Brasília.

Cleópatra foi rodado em 19 dias, em Copacabana, no Rio de Janeiro e tem como ponto mais alto a fotografia, de Walter Carvalho. Alessandra Negrini, embora linda e corajosa ao se aprofundar na personagem, correga no sotaque (que mistura o português de Portugal e o interior do Paraná, segundo O Globo), enquanto a direção carregou nas cenas de sexo, tornando Cleópatra quase uma maníaca sexual, segundo Vinícius Nader, do clickbrasilia.com.br.

Em julho de 2005, eu disse, aqui neste blog, que torcia para que os deuses estivessem com Bressane, Alessandra Negrini, Miguel Falabella (Júlio César) e Bruno Garcia (Marco Antônio).

Agora, rogo a proteção a mim quando puser meus olhos nesta película!
quinta-feira, setembro 27, 2007

Novo site

Amigos e amigas.

A partir de hoje, começo a publicar meus textos em meu novo site: Minha Opinião.

Além de cinema, comento também sobre política, esportes, livros, comportamento e muito mais!

O site conta com uma novidade. Algumas de minhas colunas terão, também, uma versão em vídeo.

Grande abraço a todos e obrigada por estarem comigo nesta nova jornada. Dedico este novo trabalho ao meu marido, meus filhos e a vocês que estiverem ao meu lado nestes dois anos de blogueira. Muito, muito obrigada!

Encontro vocês lá!

Grande abraço a todos!

Érika Bento Gonçalves
sábado, setembro 22, 2007

Governo, tiranias e inspirações

Não sou muito fã de filmes baseados em histórias em quadrinhos porque, na maioria das vezes, eu não conheço os quadrinhos originais. Se por um lado é bom porque tudo é uma grande novidade, por outro, muitas vezes não gosto do filme por não ter vínculo com ele. Felizmente tive algumas experiências positivas, como no caso de V de Vingança”.

Quando minha filha chegou em casa dizendo que havia assistido ao filme e que era do tipo que eu iria gostar, não acreditei, embora a opinião dela seja muito fiel ao que eu gosto ou não. E ela sabe que eu gosto de filmes políticos!

Certo dia, na locadora, vi a caixa do filme e peguei. Assisti com meu marido, meu parceiro de todas as horas, principalmente em questões políticas. Gostamos do filme de cara! Foi um turbilhão de emoções. Ficamos apreensivos, rimos, passamos pelo silêncio absoluto, voltamos frases e diálogos até chegar ao final apoteótico. Que êxtase! Fazia tempo que eu não via uma obra como esta.

Embora o trabalho dos quadrinhistas Alan Moore e David Lloyd tivesse como alvo o comando britânico da “dama de ferro”, Margareth Tatcher, na década de 80, a trama é e sempre será atual e adaptável a qualquer nação. Todos os governos são autoritários, controlam a imprensa, as informações, o conteúdo escolar e as mentes de milhões de seres humanos. Forjam situações que justifiquem seus atos, corrompem, matam, mentem, fingem e, sob tudo isso estamos nós, habitantes de qualquer lugar.

Quem nunca teve um desejo de agir impulsivamente contra o sistema, tornar-se líder de uma revolução, vingar-se de seus algozes e, principalmente abrir os olhos e as mentes de um povo que, de tanto obedecer parou de pensar?

Para mim, esta é a mensagem principal do filme, que deve ser assistido várias e várias vezes. Não é à toa que “V de Vingança” (V for Vendetta) foi produzido pelos irmãos Wachowski, os mesmos de Matrix. Vemos em “V” a mesma relação entre o que é e o que nos fazem crer ser verdade. O visual futurista também está presente neste filme, porém, de forma mais conceitual do que visual. Embora não tenha sido escrita por eles, o toque mágico dos irmãos Wachowski está em cada cena, em todas as mensagens do filme.


A propósito, Natalie Portman (foto à esquerda) está excepcional! Mas o meu crédito vai mesmo para Hugo Weaving (foto à direita), o agente Smith de Matrix. Ele consegue transmitir todas as emoções por trás de uma máscara - cinicamente sorridente - durante todo o filme. Dá para sentir toda sua ira, paixão, revolta, tristeza e um imenso amor apenas pelo tom de sua voz. Fabuloso!

Depois de assistir ao filme, reflita sobre o nosso governo, nossa tirania disfarçada de democracia e sinta-se inspirado para fazer qualquer coisa contra isso, nem que seja em quadrinhos!
sexta-feira, setembro 14, 2007

Como nasce um psicopata

A mente de uma criança é um solo extremamente fértil e tudo o que for plantado nela cultivará facilmente e se tornará um guia para toda a vida. Agora, pegue esta mente e instale ali uma experiência incrivelmente cruel. Como esta criança reagirá àquilo ao longo de sua vida? Este é o tema principal de Hannibal – a origem do mal.

Mais do que mostrar o motivo pelo qual Hannibal Lecter tornou-se o canibal mais conhecido do cinema, o filme é uma reflexão sobre os mais profundos sentimentos. Até onde você iria para vingar a morte violenta da única pessoa que lhe restou na vida? Mais do que isso! Como você conviveria com uma possível cumplicidade nesta morte, mesmo que o tenha feito sem consciência disso?

A resposta de Lecter a estas perguntas foi: vingar-se. Para tal, não lhe faltaram determinação, frieza, inteligência e uma pitada de humor. Era o projeto do que conheceríamos no futuro.

A vingança é objeto central de muitas tramas, mas, em Hannibal – a origem do mal, eu particularmente senti-me incomodada. O espectador sente a dor daquele garotinho, revolta-se com ele e torce para que consiga cumprir seu plano. Se estivéssemos no lugar dele seríamos sujeitos a tornarmo-nos, um dia, um psicopata, então? Entre o desejo da vingança e a coragem para executá-la existe uma linha tênue ou um abismo cavado pela personalidade de cada um? Mas, esta personalidade não é moldada desde a infância, assim como os valores, a moral, a ética e o caráter? Voltamos ao ponto zero novamente.

A origem da maldade é tema de discussões, estudos e pesquisas por especialistas no mundo inteiro. O meio em que se vive, traumas da infância e até disfunções em certas áreas do cérebro são algumas das características apresentadas em pessoas com psicopatias.

O filme mostra que Hannibal teve outras opções enquanto planejava e executava seu plano de vingança, mas não as aceitou. Negar a vingança seria aceitar o que fizeram a ele e matar-se aos poucos por dentro. Ele não aceitou e, a cada passo, eliminou dentro de si as poucas possibilidades de viver uma outra vida.

Seria possível viver outra vida depois de tudo? Chegue à sua própria conclusão. Assista ao filme e pense... pense muito bem!
sexta-feira, agosto 10, 2007

Harry Potter: existe um em todos nós

Não tenho outra palavra para definir o último filme de Harry Potter senão magnífico!!!! Não estou aqui para comentar a atuação dos atores mirins ou a direção de David Yates em Harry Potter e a Ordem da Fênix. Falo como uma fã alucinada da série de J.K. Rowling.
O filme é fiel ao livro e mantém, durante praticamente todo o tempo, o clima sombrio e ameaçador em que vive o protagonista, levando o espectador a uma viagem aflitiva como a que vive o jovem bruxo.
Para a minha surpresa a edição do filme manteve (parcialmente ) uma fala que - na minha opinião - é a melhor do livro, quando Hermione tenta explicar ao adolescente Potter tudo o que se passa pela cabeça da jovem Cho, namorada de Harry. Ao final da fala, Rony (com um semblante tipicamente masculino) revida: ninguém consegue pensar tantas coisas ao mesmo tempo. No livro, Hermione diz que "as mulheres conseguem". Já no filme, ela se limita a fazer uma crítica à falta de sensibilidade do garoto. Achei fantástica a maneira como a escritora revelou aos jovens leitores uma das muitas diferenças entre os sexos.
Preferências à parte, o filme (como os outros) me fez chorar. E logo nos primeiros minutos! Ele nos faz esquecer completamente a realidade à nossa volta e nos faz mergulhar num mundo onde a maldade é tão real quanto a nossa mas a esperança e a coragem para enfrentá-la se baseam em um aspecto simples: a amizade.
Mas este não é o motivo real da minha emoção ao ver os filmes de Rowling. Confesso que qualquer coisa (bem feita) que me tire deste mundo horrível onde vivemos, me emociona. Faz-me lembrar que a vida pode ser melhor, desde que acreditemos que podemos ser menos complicados, mais confiantes e, porque não, acreditarmos que existe afinal uma magia. Não aquela que precise de uma varinha de condão, mas a magia de que todos nós somos capazes de fazer. A magia da determinação, da confiança, da auto-estima e de tudo o que é positivo. Tudo o que, no dia-a-dia, esquecemos que existe.
No fundo, no fundo, os adultos amantes de Harry Potter sentem falta da criança que - um dia - viveu dentro de cada um de nós. O livro e os filmes da série nos forçam a expôr esta criança e isso é maravilhoso! Eu recomendo!

(curiosidade: você sabia que um verdadeiro Harry Potter existe em Brenton (Flórida), nos Estados Unidos? Ele tem 78 anos e nunca leu um livro da série.... que pena!)