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Uma pessoa feliz. Jornalista e escritora apaixonada. Mãe, dona-de-casa, curiosa, amiga e sempre uma aprendiz. Muito prazer!

Doidos por cinema

domingo, maio 09, 2010

Real que era ficção, mas poderia ser real




Preciso pensar... sinceramente, não sei muito o que dizer de Sobrevivendo com os Lobos. Gosto de histórias reais e isso foi o que me fez querer assistir ao filme. É muito bonito, realmente. A interpretação da pequena Mathilde Goffart é fantástica! A fotografia, maravilhosa! Tudo somado, o filme é envolvente e chega a emocionar, pensando sempre que se trata de uma história real.






Mas, Sobrevivendo com os Lobos não é uma história real e isso, confesso (e me sinto mal por isso) me decepcionou muito. Sinto-me mal porque o que o filme retrata é uma dura história de uma garotinha de sete anos que sai da Bélgica (à pé e sozinha) a procura dos pais, presos pelo exército alemão, e chega à Ucrânia. Mischa sobrevive à situações praticamente impossíveis de sobreviver, sozinha e junto ao lobos, em meio à floresta.

FELIZMENTE não é uma história real, mas, pelo lado de ser uma obra que sempre nos foi vendida como "baseada em fatos reais" (vide cartaz acima) e que saiu de um livro "autobiográfico", é de se decepcionar.

Por outro lado, as situações vividas pela protagonista Mischa, durante a Segunda Guerra Mundial (fome, sede, solidão, abandono, infância perdida...), emocionalmente falando, são sim reais. Milhões de crianças sobreviveram sozinhas, fechadas em mundos interiores os quais foram obrigadas a criar para não enfrentarem a realidade cruel a qual estava realmente sendo expostas.


Esta foi a explicação dada pela autora, Misha Defonseca - cujo nome real é Monique De Wael e não é judia, como a menina no filme - que, aos quatro anos, se vê sozinha, depois da prisão dos pais pelo exército alemão por fazerem parte do grupode resistência belga. Vai viver com os tios e o avô, mas - com exceção do avô - diz que odiava a família que sempre a maltratou. Teria criado esta realidade própria para sobreviver "com os lobos".

A autora acusou a editora de tê-la obrigado a escrever um livro desta maneira. A editora se defendeu dizendo que pediu o livro depois de ouvir um testemunho de Defonseca, contando sua história.


Seja como for, sim.... vale a pena assistir. O filme fala dos limites os quais as crianças, principalmente, foram obrigadas a superar, durante a Segunda Guerra. Durante o filme, é impossível não pensar em outras crianças e em outras maneiras de sobreviver.

É impossível não pensar, não sentir, não se emocionar.