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Uma pessoa feliz. Jornalista e escritora apaixonada. Mãe, dona-de-casa, curiosa, amiga e sempre uma aprendiz. Muito prazer!

Doidos por cinema

quinta-feira, setembro 27, 2007

Novo site

Amigos e amigas.

A partir de hoje, começo a publicar meus textos em meu novo site: Minha Opinião.

Além de cinema, comento também sobre política, esportes, livros, comportamento e muito mais!

O site conta com uma novidade. Algumas de minhas colunas terão, também, uma versão em vídeo.

Grande abraço a todos e obrigada por estarem comigo nesta nova jornada. Dedico este novo trabalho ao meu marido, meus filhos e a vocês que estiverem ao meu lado nestes dois anos de blogueira. Muito, muito obrigada!

Encontro vocês lá!

Grande abraço a todos!

Érika Bento Gonçalves
sábado, setembro 22, 2007

Governo, tiranias e inspirações

Não sou muito fã de filmes baseados em histórias em quadrinhos porque, na maioria das vezes, eu não conheço os quadrinhos originais. Se por um lado é bom porque tudo é uma grande novidade, por outro, muitas vezes não gosto do filme por não ter vínculo com ele. Felizmente tive algumas experiências positivas, como no caso de V de Vingança”.

Quando minha filha chegou em casa dizendo que havia assistido ao filme e que era do tipo que eu iria gostar, não acreditei, embora a opinião dela seja muito fiel ao que eu gosto ou não. E ela sabe que eu gosto de filmes políticos!

Certo dia, na locadora, vi a caixa do filme e peguei. Assisti com meu marido, meu parceiro de todas as horas, principalmente em questões políticas. Gostamos do filme de cara! Foi um turbilhão de emoções. Ficamos apreensivos, rimos, passamos pelo silêncio absoluto, voltamos frases e diálogos até chegar ao final apoteótico. Que êxtase! Fazia tempo que eu não via uma obra como esta.

Embora o trabalho dos quadrinhistas Alan Moore e David Lloyd tivesse como alvo o comando britânico da “dama de ferro”, Margareth Tatcher, na década de 80, a trama é e sempre será atual e adaptável a qualquer nação. Todos os governos são autoritários, controlam a imprensa, as informações, o conteúdo escolar e as mentes de milhões de seres humanos. Forjam situações que justifiquem seus atos, corrompem, matam, mentem, fingem e, sob tudo isso estamos nós, habitantes de qualquer lugar.

Quem nunca teve um desejo de agir impulsivamente contra o sistema, tornar-se líder de uma revolução, vingar-se de seus algozes e, principalmente abrir os olhos e as mentes de um povo que, de tanto obedecer parou de pensar?

Para mim, esta é a mensagem principal do filme, que deve ser assistido várias e várias vezes. Não é à toa que “V de Vingança” (V for Vendetta) foi produzido pelos irmãos Wachowski, os mesmos de Matrix. Vemos em “V” a mesma relação entre o que é e o que nos fazem crer ser verdade. O visual futurista também está presente neste filme, porém, de forma mais conceitual do que visual. Embora não tenha sido escrita por eles, o toque mágico dos irmãos Wachowski está em cada cena, em todas as mensagens do filme.


A propósito, Natalie Portman (foto à esquerda) está excepcional! Mas o meu crédito vai mesmo para Hugo Weaving (foto à direita), o agente Smith de Matrix. Ele consegue transmitir todas as emoções por trás de uma máscara - cinicamente sorridente - durante todo o filme. Dá para sentir toda sua ira, paixão, revolta, tristeza e um imenso amor apenas pelo tom de sua voz. Fabuloso!

Depois de assistir ao filme, reflita sobre o nosso governo, nossa tirania disfarçada de democracia e sinta-se inspirado para fazer qualquer coisa contra isso, nem que seja em quadrinhos!
sexta-feira, setembro 14, 2007

Como nasce um psicopata

A mente de uma criança é um solo extremamente fértil e tudo o que for plantado nela cultivará facilmente e se tornará um guia para toda a vida. Agora, pegue esta mente e instale ali uma experiência incrivelmente cruel. Como esta criança reagirá àquilo ao longo de sua vida? Este é o tema principal de Hannibal – a origem do mal.

Mais do que mostrar o motivo pelo qual Hannibal Lecter tornou-se o canibal mais conhecido do cinema, o filme é uma reflexão sobre os mais profundos sentimentos. Até onde você iria para vingar a morte violenta da única pessoa que lhe restou na vida? Mais do que isso! Como você conviveria com uma possível cumplicidade nesta morte, mesmo que o tenha feito sem consciência disso?

A resposta de Lecter a estas perguntas foi: vingar-se. Para tal, não lhe faltaram determinação, frieza, inteligência e uma pitada de humor. Era o projeto do que conheceríamos no futuro.

A vingança é objeto central de muitas tramas, mas, em Hannibal – a origem do mal, eu particularmente senti-me incomodada. O espectador sente a dor daquele garotinho, revolta-se com ele e torce para que consiga cumprir seu plano. Se estivéssemos no lugar dele seríamos sujeitos a tornarmo-nos, um dia, um psicopata, então? Entre o desejo da vingança e a coragem para executá-la existe uma linha tênue ou um abismo cavado pela personalidade de cada um? Mas, esta personalidade não é moldada desde a infância, assim como os valores, a moral, a ética e o caráter? Voltamos ao ponto zero novamente.

A origem da maldade é tema de discussões, estudos e pesquisas por especialistas no mundo inteiro. O meio em que se vive, traumas da infância e até disfunções em certas áreas do cérebro são algumas das características apresentadas em pessoas com psicopatias.

O filme mostra que Hannibal teve outras opções enquanto planejava e executava seu plano de vingança, mas não as aceitou. Negar a vingança seria aceitar o que fizeram a ele e matar-se aos poucos por dentro. Ele não aceitou e, a cada passo, eliminou dentro de si as poucas possibilidades de viver uma outra vida.

Seria possível viver outra vida depois de tudo? Chegue à sua própria conclusão. Assista ao filme e pense... pense muito bem!