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Doidos por cinema

sexta-feira, setembro 14, 2007

Como nasce um psicopata

A mente de uma criança é um solo extremamente fértil e tudo o que for plantado nela cultivará facilmente e se tornará um guia para toda a vida. Agora, pegue esta mente e instale ali uma experiência incrivelmente cruel. Como esta criança reagirá àquilo ao longo de sua vida? Este é o tema principal de Hannibal – a origem do mal.

Mais do que mostrar o motivo pelo qual Hannibal Lecter tornou-se o canibal mais conhecido do cinema, o filme é uma reflexão sobre os mais profundos sentimentos. Até onde você iria para vingar a morte violenta da única pessoa que lhe restou na vida? Mais do que isso! Como você conviveria com uma possível cumplicidade nesta morte, mesmo que o tenha feito sem consciência disso?

A resposta de Lecter a estas perguntas foi: vingar-se. Para tal, não lhe faltaram determinação, frieza, inteligência e uma pitada de humor. Era o projeto do que conheceríamos no futuro.

A vingança é objeto central de muitas tramas, mas, em Hannibal – a origem do mal, eu particularmente senti-me incomodada. O espectador sente a dor daquele garotinho, revolta-se com ele e torce para que consiga cumprir seu plano. Se estivéssemos no lugar dele seríamos sujeitos a tornarmo-nos, um dia, um psicopata, então? Entre o desejo da vingança e a coragem para executá-la existe uma linha tênue ou um abismo cavado pela personalidade de cada um? Mas, esta personalidade não é moldada desde a infância, assim como os valores, a moral, a ética e o caráter? Voltamos ao ponto zero novamente.

A origem da maldade é tema de discussões, estudos e pesquisas por especialistas no mundo inteiro. O meio em que se vive, traumas da infância e até disfunções em certas áreas do cérebro são algumas das características apresentadas em pessoas com psicopatias.

O filme mostra que Hannibal teve outras opções enquanto planejava e executava seu plano de vingança, mas não as aceitou. Negar a vingança seria aceitar o que fizeram a ele e matar-se aos poucos por dentro. Ele não aceitou e, a cada passo, eliminou dentro de si as poucas possibilidades de viver uma outra vida.

Seria possível viver outra vida depois de tudo? Chegue à sua própria conclusão. Assista ao filme e pense... pense muito bem!

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